quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Detective

Olá,


Com certeza já leram ou ouviram falar destes eventos:






Eu li-os na capa do jornal Público, disponível todos os dias no meu local de trabalho, a qual tinha escrito em letras garrafais: "Ainda por explicar o ataque a bancos"



Vou-me armar em detective e tentar ajudar estes caramelos a perceber qual é o problema. É que eu não sou  o único a achar que a culpa disto tudo é dos bancos e das grandes instituições financeiras que conseguem controlar o país porque, em conjunto com os grandes grupos empresariais, controlam o governo, definem as regras do jogo. Para mim é óbvio quem arremessou as pedras e a tinta contra as montras, é alguém que percebeu que a dívida que dizem estarmos a pagar (porque nem disso há certezas, pelo menos para mim) foi contraída pelos bancos portugueses, que aliás, participaram com capital para o FMI, a mesma instituição de crédito que agora nos vem cobrar juros. Isto é tudo uma grande baralhada...



Por exemplo, eu tinha algum dinheiro junto, acumulado ao longo dos anos numa conta poupança no banco. Eu, através dos meus pais, fui lá pondo o dinheiro o que representa, no fundo, um empréstimo ao banco. Eles pagaram-me juros...uma miséria por cada ano que passasse sem eu me lembrar sequer desse dinheiro. No dia que o quero tirar de lá, cobram-me X% do valor que lá estava depositado. Bem sei que tenho de pagar pelo "serviço", mas porra! Eles pouco ou nada fizeram... Hoje em dia qualquer poupança é apenas um número. Quantas pessoas se preocupam realmente em ver a sua poupança em dinheiro vivo? Quase ninguém...então eu paguei para que o banco guardasse informação sobre mim e sobre o valor das minhas poupanças. Não houve qualquer transacção física... e é nestes modos que funcionou o empréstimo dos bancos portugueses ao FMI!



Alguém acha mesmo que se entregaram 26 mil milhões de euros em notas ao governo português? Eles brincam com isto... define-se um valor astronómico, o qual nenhum de nós, cidadãos comuns, consegue sequer imaginar o que representa e pronto! Dizem que cobram juros sobre isso e a gente fica na mesma porque não compreende como se pode emprestar tanto dinheiro... mas, basicamente, é nos mesmos modos que estas negociatas acontecem...



Os economistas e financeiros que comunicam com o povo fazem-no sempre numa linguagem demasiado técnica, ou porque não querem que a gente entenda exactamente o que se passa ou porque são demasiado burros para conseguirem sequer explicar tudo de forma simples. O que se passa é que, neste momento, já há gente a percebê-los muito bem, gente que não quer ter nada a ver com eles e que portanto lhes atiram pedras.



Os políticos são os grumetes e os empresários e os banqueiros os capitães e comandantes deste navio chamado Democracia Económica, que se prepara para afundar. Percamos a confiança no sistema, está montado para nos levar de arrasto para o fundo da pirâmide capitalista.



Mais do que apedrejar as montras dos bancos ou doutras empresas, porque a violência não é resposta, há que pensar e ver o mundo duma nova perspectiva.



As pedras arremessadas não foram com o intuito de entrar no banco para o assaltar. Foram com o intuito de marcar uma posição, a de quem sabe quem manda afinal, de quem sabe onde está o poder reunido. Mas agora vão lá os jornais decifrar isto...



Até breve.

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