segunda-feira, 2 de abril de 2012

O homem como doença do Planeta

Olá,

O homem é o ser mais importante do Planeta. Verdade ou mentira?

Gostava de saber o que respondeste.

Tive uma professora de biologia que nos falou nestes termos, a propósito dos testes científicos/cosméticos em animais:

" Eu acho uma brutalidade fazer isso aos animaizinhos mas se for para o bem dos meus filhos, está tudo bem."
Uma professora de biologia. Que percepção terá esta mulher do mundo que a rodeia? Não estou aqui armado em defensor dos animais, como carne, mais do que devia e adoro peixe. Além disso, as plantas também são seres vivos. Mas, não entendo como se pode aplicar a lei da natureza à usurpação que o homem tem aplicado sobre a Terra Mãe.

Podes achar que somos os seres mais inteligentes à face da Terra, mas essa postura é apenas concebível para alguém que não consegue sentir o mundo em que vive. O homem tornou-se, sem dúvida, o ser mais estúpido à face da Terra, e talvez, muito provavelmente, o mais estúpido do Universo. E isto aconteceu porque nos permitiram sonhar com este trono ilusório em que somos os melhores de todos os seres. O nosso lugar neste Planeta, neste Universo, neste momento em que vivemos é nos cedido pela Natureza, pela consciência cósmica, que está muito longe do nosso controlo. É um lugar que nos é reservado e o qual podemos aceitar, se quisermos. Caso contrário, pode acontecer que se leve uma vida inteira sem nunca encontrar plenitude no que quer que seja. Um papel a desempenhar no Planeta e na sociedade são coisas muito diferentes. Aqui começa a nossa estupidez. Repara como isto se alastra a muitos campos que na verdade são apenas peças dum puzzle cuja imagem tenho vindo a tentar mostrar:

Na "história", fazem-nos acreditar que os "conquistadores" foram grandes heróis. E nós acreditamos. Mas, ao aprofundar a questão, não quero ter como heróis homens capazes dizimar, roubar, violar e escravizar populações, culturas e conhecimentos associados entre si em nome duma religião. Passados cinco séculos, compreendo que essa "conquista" é o início daquilo que viria a ser a globalização. A escravatura continua, como continua a adoração destes cruéis heróis e o reflexo da sua maneira brutal de agir continua entranhado em tudo o que fazemos (desde o bullying nas escolas, passando pela violência doméstica e pela exploração brutal do Planeta e de tudo o que nele vive para o bem-estar dos que podem pagar, até às ameaças feitas pelos grandes bancos junto dos governos para que tomem as "decisões certas")

E o pior até nem é o que terá acontecido a todos os nativos brutalmente assassinados (na Europa foram os celtas, em África e na América, norte e sul basta saber o que se sabe e por todo o recanto do mundo extreminaram os "selvagens") De novo a importância do homem... O pior tem sido a usurpação das terras com monoculturas de tabaco, cacau, soja, explorações petrolíferas e minerais em nome do desenvolvimento. O Planeta aguenta, mas ao contrário do que pensam os senhores da alta finança, o Planeta, assim como nós, o povo, não estamos aqui para os servir a troco de alguns tostões cujo valor é estabelecido por eles mesmos.

Eu sinto que estamos aqui para aproveitar um momento mágico o qual tratamos, com descrença, por vida. A estupidez continua...

Todos jogamos ao jogo da economia. Impingem-nos a responsabilidade de fazer a economia crescer, trabalhando e consumindo para que outros possam trabalhar e por sua vez consumir. Mas aceitamos jogar um jogo cujas regras não conhecemos bem e cujo manual vem escrito numa linguagem tão rebuscada que o comum dos mortais não consegue entender a maior parte.

A parte estúpida disto, trocando por miúdos, é: Se eu criasse um jogo com regras que só eu e alguns amigos entendêssemos e obrigasse um grupo de pessoas a jogar esse mesmo jogo, sem nunca lhes dar a entender exactamente o que se estaria a passar, e viesse alguém de fora dizer-lhes:
- "Que estão a fazer? Não vêm que nunca vão ganhar esse jogo? Parem de jogar..."
E o dito grupo de peões que joga responderia a esse alguém:
- "És maluco! Isto é que é o jogo, sempre foi assim. Deixa-nos em paz...És muito "filósofo" para jogar este jogo, só tens teorias da conspiração...Deves ser terrorista!"
E eu, como criador do jogo e defensor unicamente dos meus interesses mandaria executar logo este "terrorista" por estar a abalar a falta de ideias dos participantes.

Ou seja, os jogadores, são ludibriados de tal maneira que acabam por eles próprios defender os interesses dos criadores do jogo, pensando que protegem os seus. Agora imagina o que isto envolve à escala mundial. Para além dos milhares de pessoas que vivem na mais absoluta miséria e com lucros de milhares de milhões para "os criadores do jogo", não nos esqueçamos de todos os outros seres vivos envolvidos. Animais e plantas que são obrigados a desenvolverem-se mais rápido do que seria suposto e em condições controladas, rios poluídos, quem bebeu água outrora potável agora depende da Luso (e similares), as lixeiras. O stress que mata o homem como um veneno, aos poucos...entre quase todos os problemas chamados sociais, são tudo consequências da nossa participação neste jogo.

Rodeamo-nos de cimento, enchendo as paisagens de lixo. Há quem o considere necessário, mas em breve irei mostrar aqui que o cimento está longe de ser a melhor opção para um abrigo. O conforto conduziu-nos a um patamar perigoso por duas razões. Por um lado, sabemos que para alguns de nós poderem viver em casas, com camas, cozinhas equipadas, casas-de-banho com saneamento e água sempre disponível, estamos dependentes de uns tantos outros, que são a maior parte das pessoas do Planeta, que são escravizados. Estou a falar da produção de roupa, de comida, de electrodomesticos, de bens fúteis, todo o tipo de bugigangas. Há diversos casos de matérias primas que são produzidas e transformadas por crianças e por adultos do mais mal pago que há. Toda a gente conhece um, mas ninguém se deixa levar pela culpa que acarreta. Eu faço parte deste grupo, infelizmente. Por isso é que ainda leio o que escrevo aqui.

Por outro lado, o conforto exige que estejamos isolados da natureza, afastados dos nossos predadores naturais. Segundo o jogo da economia, não nos podemos preocupar com a nossa integridade física, só temos de nos preocupar em trabalhar e consumir. Mas ao vivermos rodeados dos nossos predadores naturais teremos que saber como nos proteger, e provavelmente, caçar. Admito, eu nunca cacei mas já li as palavras de um caçador indígena sobre a sua técnica. O caçador deve, antes de caçar, conhecer a presa. Conhecer o sítio onde ela vive, onde se alimenta, onde bebe água e os percursos que faz entre cada sítio. No fundo, deve conhecer as rotinas da presa. Desta forma, pode antecipar qualquer movimento e torna-se muito mais fácil apanhá-la, à presa. O nosso estilo de vida faz de nós as presas mais fáceis de caçar do Planeta.

Somos ou não somos os mais estúpidos? A nossa estupidez individual somada à estupidez de todos os seres humanos cria a maior doença que este Planeta tem de suportar. E nós, enquanto doença do Planeta, estamos destinados a ser eliminados pelos mecanismos de defesa do corpo celeste que nos acolhe. Assim como o nosso sistema imunitário elimina os organismos indesejados.

Se não queres fazer parte da doença do Planeta, trata-te. Torna-te sã/são pela união com a Terra e vive a vida, este momento mágico, com alegria. Não precisas de ser feliz, ser alegre já é uma maravilha.

Até breve