domingo, 24 de abril de 2011

A Destilação do Ser Humano

Olá,

Passo então a expor o meu primeiro argumento para defender esta minha "tese" de doença:

O processo de destilação é utilizado para separar duas substâncias misturadas através da evaporação de uma delas. Em princípio, isto só seria possível utilizando líquidos,ou quase líquidos mas, algures na história da humanidade, foi possível fazê-lo também com o ser humano.


O francês que primeiro preparou uma aguardente, pensou que extraía a essência, o espírito da substância a destilar. Daí que, hoje em dia, alguns dos termos utilizados para aguardente sejam eau-de-vie (água de vida) ou, em inglês, spirit, as bebidas espirituosas. Para mim, é curiosa este definição, especialmente quando a aplico ao ser humano.


Parece-me que todos nós somos "destilados", pouco tempo depois de nascermos. Assim que começamos a conseguir comunicar, somos incessantemente levados a utilizar apenas as nossas capacidades intelectuais. Digo isto porque tenho aprendido, ao longo de um estudo intenso, não científico, sobre o que está acontecer ao ser humano nesta forma de vida (trabalho --> consumo --> sucesso --> excesso) e deparei-me, por mais do que uma vez, com um aspecto interessante. O que aconteceu ao lado espiritual do ser humano?


A entrega cega desta nossa capacidade às variadas religiões (incluindo a ciência) ou ao cepticismo, filosófico e ignorante, bloqueou por completo a nossa ligação ao planeta e a tudo que nele existe. Todos nós, os seres humanos, somos animais, seres poderosos, criativos, alegres e livres quando ligados ao planeta (e por conseguinte, ao Universo), mas prendemo-nos mutuamente por mecanismos como o social, o modelo que nos é apresentado como única forma de vida, e a ignorância incompleta. Creio que, se fôssemos completos ignorantes, talvez estivéssemos mais próximos da Terra.


Segundo a sabedoria de há milhares de anos, há três formas possíveis para o homem percepcionar o mundo que o rodeia: o instinto, o intelecto e a intuição. O instinto é o que faz de nós animais, o intelecto o que faz de nós seres racionais e a intuição o que faz de nós seres criativos, poderosos, alegres e livres. E é suposto existir um equilíbrio perceptivo entre as três partes e nós ficamos entalados no meio, no intelecto. Hoje, acredito que há um objectivo maior para isto mas ficará para depois.

Basicamente, o que tento explicar é que sinto que nos retiraram o espírito, através duma "destilação". Esta "destilação" apresenta-se em sob vários pretextos: educação institucional, informação em massa, sucesso comercial, sucesso social, entre outros conceitos, todos criados pelo intelecto. Nada disto faria sequer sentido se não nos tivessem retirado o espírito.

Quando foi a última vez que te sentiste ligado à Terra que te alimenta, como uma mãe?

Até breve

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sair da zona livre de conflito

Bem vindos à zona de conflito do maiq:

Durante algum tempo, desde de 2008 para cá, tenho estado em estado latente, entrando raramente em confronto de ideais com os demais, pois sinto que cada qual tem o direito de pensar e agir em conformidade com aquilo que lhe vai na alma. 

Mas isso seria num mundo perfeito. 

Infelizmente, à medida que vou vivendo e aprendendo, tenho-me deparado com uma realidade aterradora: a grande maioria de nós está doente, perigosamente doente. Esta realização não é recente. O que é recente é a forma que encontrei para lidar de novo com isso.

Incluo-me neste grupo de doentes de que falo, bem como a minha família, toda ela e toda gente que conheço, salvo raras excepções. Em relação a estas excepções, não posso deixar de referir um aspecto que apresentam em comum, a vida que levam a par da natureza e a sabedoria que daí advém. É apenas o meu singelo ponto de vista, pouco ou nada científico mas com base no convívio que mantenho com elas.

Não digo que não sejam doentes também, mas a grande diferença está em que se estas pessoas tiverem que parar de depender da sociedade do bem-estar/ bem-parecer, fazem-no como se nunca tivessem conhecido outro modo de vida. Eu não. Tenho alguma noção do que é a agricultura, mas tenho também a certeza de que se o Continente parasse de vender comida, eu havia de passar muita fominha.

O início deste blog tem como razão de ser a saída da zona livre de conflito. Sinto que posso provocar qualquer coisa se recomeçar a falar e a confrontar as pessoas com a sua própria doença. Não me acho melhor ou mais inteligente que ninguém. Apenas tive mais vontade de perceber melhor como funciona isto a que chamam "O Sistema" e venho aqui apresentar algumas ideias que se formularam na minha cabeça e alguma da informação que fui obtendo ao longo do tempo. Não vou parar de estudar "O Sistema", mas entendo que chegou o momento de começar a partilhar com os restantes infectados a razão da nossa doença. Entendo também que a nova forma para eu lidar com esta situação passa por enfrentá-la e reconhecê-la em mim e nos que me rodeiam e, por fim, espalhar a palavra até aos que lerão este blog.

Até breve.